De Onde Vem Estas
Diferenças Sonoras?
Tenho um grande amigo, Luis Fernando
Tobias de Barros, especialista em plásticos, que trabalha na
HellermannTyton, em Jundiaí, interior de São Paulo, com o qual,
por diversas vezes, tenho trocado idéias e informações sobre este
problema que aflige nossos ouvidos.
Os nossos cd´s são fabricados de um
material plástico chamado policarbonato. Este material é usado para a
fabricação de lentes, óculos e outros utensílios óticos. É um termoplástico
constituído de diversos componentes químicos. Este material
permite, na sua formulação, a possibilidade de vários tipos, graduações e níveis de qualidade, para
atender cada tipo de aplicação que se deseja. Portanto existem
policarbonatos e policarbonatos! Mas somente os de melhor qualidade são
passíveis de uso para a confecção de nossos cd´s.
Assim, por exemplo, as diferenças entre um
cd nacional e um cd importado podem ser gritantes! Isto pode acontecer
em alguns casos, devido
a uma escolha de um policarbonato de menor qualidade na confecção do cd
nacional, não comparável com o tipo de policarbonato escolhido em um cd importado. O cd nacional, quando não
apresenta baixa resolução na reprodução, tende a apresentar agudos
metalizados, muito agressivos e desagradáveis, que rapidamente podem
provocar cansaço auditivo, ou então, como é muito comum, apresenta falta nos
extremos, nos graves e nos agudos.
O segundo aspecto muito importante da
confecção de um cd é o processo de injeção. As melhores máquinas para se
injetar cd´s, atualmente, são as injetoras suiças Netstal e
as injetoras austríacas Engel.
Aqui, além da qualidade da máquina
injetora, o estado físico do material e das condições normais ambientais de
temperatura e pressão, assim como os inúmeros parâmetros de injeção,
são fundamentais para uma boa qualidade do disco. Por exemplo, o grau de
umidade contida na matéria prima (policarbonato) no momento da injeção
influi de sobremaneira no resultado final da qualidade sonora de cada cd.
Ainda um ponto relevante na qualidade do
cd é o processo de metalização de uma das superfícies que permitirá a
reflexão do feixe de luz. Aí, a qualidade do alumínio usado, sua
espessura, rugosidade também
participam na qualidade final do cd comercializado.
Estes são os pontos mais relevantes que
podem influir na qualidade sonora de um cd, entre muitos
outros aspectos aqui não abordados.
Desta forma, em um mesmo lote de produção,
ocorrem variações de qualidade sonora que serão tanto menores, quanto
maiores forem os cuidados com a qualidade de cada parâmetro da produção,
desde a matéria prima empregada, as injetoras, parâmetros de injeção,
ambiente de injeção, etc, até a embalagem final do cd.
Os diversos cd´s, que temos recomendado, são
de excelente valor técnico e artístico, mas sujeitos a estas variações sonoras
oriundas da sua confecção. As diferenças que podem se apresentar estão
numa variação do equilíbrio tonal, em uma eventual redução do palco
sonoro e variações no nível de resolução/nitidez, que, em casos
extremos pode até afetar o timbre das vozes e dos instrumentos. Por isto sou de opinião
de que vocês devem procurar
adquirir cd´s originais de fontes confiáveis. Caso tenham adquirido
algum de qualidade dúbia, procurem compará-lo com outros cd´s iguais, se
possível de
amigos, ouvindo-os em sistemas de nível, para que as diferenças possam
ser avaliadas.
Vocês vão se assustar, como eu, com as diferenças existentes!
Caso na comparação, por exemplo entre um
cd nacional e o seu correspondente importado, você não venha a sentir
diferenças, isto indica que o elo fraco do seu sistema não está na mídia
gravada, mas está em um dos outros
parâmetros arrolados anteriormente. Talvez na sala, na elétrica, ou
quiçá nos equipamentos.
Excelentes audições a todos, com a recomendação: Adquiram bons cd´s!
Aquele abraço!!
Até a próxima!!
http://www.byknirsch.com.br/produtos-cabos-connect-indice.shtml
Estas diferenças não são uma exclusividade de cd´s. Existem audiófilos que
realizaram comparações com vinis iguais (da mesma série de prensagem) e sentiram
também diferenças. Evidentemente por outros motivos. Vim a saber também, que até
nos nossos equipamentos eletrônicos existem diferenças também entre modelos
iguais. A conclusão disto tudo é de que a tolerância de qualidade dos
componentes de um sistema de áudio é muito grande de forma que ainda estamos
muito longe de conseguir reproduzir um timbre de um instrumento com fidelidade.
Muito complicado esta audiofilia! Chegar perto do "ao vivo" ainda é um sonho!!
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