Número 4
Música ao Vivo
O Início da Música
Flávio
Adami
Vamos falar um pouco a respeito de como tudo começou e ressaltar que a
necessidade de amplificação já havia surgido desde os primórdios da humanidade,
muito antes de existir energia elétrica, culminando com o surgimento do cilindro
de Thomas Edson, onde uma enorme corneta amplificava a vibração da agulha,
sulcando o cilindro, no mesmo princípio das cápsulas existentes até hoje, com a
diferença que, naquela época, não havia bobinas móveis para gerar tensão
elétrica. O homem sempre teve a necessidade de produzir sons e ritmos, e o
princípio do ressonador amplificador, já era aplicado a muitas formas de
produção do som. As cabaças serviam como fundamento para as primitivas harpas,
assim como as carapaças de seres vivos como o tatu, a tartaruga e o caramujo.
Sua disponibilidade, pode explicar em parte o fato de serem desenvolvidos tão
cedo os instrumentos de corda, através dos quais também pudemos refinar nosso
sentido de altura tonal, através da afinação variável das cordas.
O kora no Senegal e o berimbau no Brasil, são exemplos contemporâneos. A
descoberta do princípio da flauta, e da trompa é fascinante, porque esses
instrumentos usam uma propriedade de ressonâncias completamente diferente, ou
seja, a de uma coluna de ar que vibra em um espaço fechado. As flautas e trompas
mais primitivas eram feitas de ossos ocos e, provavelmente, também de galhos e
cascas de árvores. Com os chifres dos animais, a coluna é vibrada pelo uso dos
lábios. A trompa tinha um alto poder de alcance, e era usada para enviar sinais
a longa distância, como uma espécie de transmissor primitivo. A forma de
abertura da trompa, foi sendo aperfeiçoada durante muito tempo, até chegar ao
ponto de produzir um maior numero de harmônicos, acima das fundamentais. Desde
os primórdios, o homem buscava, através de formas primitivas, desenvolver a
música. E a nossa finalidade é respeitar ao máximo a reprodução
fiel, tendo sempre como referência a música ao vivo, obviamente sem nenhum tipo
de amplificação.
Já que a música consiste em vibrações audíveis, gostaria de analisar nossos
ouvidos por um momento. Que instrumentos extraordinariamente exigentes eles são,
e como são incansáveis, constantemente buscando satisfação, jamais repousando.
Acho que é simbólico o fato de termos pálpebras nos olhos, mas não nos ouvidos.
Não há meios de bloquear ou desligar todos os ruídos que nos cercam, a não ser
que os tapemos com qualquer elemento antiruído, mas nunca totalmente. Creio
profundamente que a música nos ajuda a manter contato com todo tipo de
vibrações, e dessa forma, faz com que nos concentremos em nosso próprio ser.
Quando soam as notas mais graves de um grande órgão numa igreja, sentimos as
vibrações em todo nosso corpo; o violino produzindo sons que vão até sete
oitavas acima, também nos penetra certamente, e a presença de uma grande
sinfônica à nossa frente, nos causa arrepios de emoção, graças a essa obra divina
que são nossos ouvidos, mais uma dádiva dos nossos sentidos.
Bandejas Anti-Ressonantes
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