Número 320
Do Gramofone ao Vinil
Equipamentos e Cabos
Flavio Adami
flavioadema@uol.com.br
Nos
dias de hoje, vivemos num mundo totalmente digitalizado. Computadores,
servidores de música, imagens, smartphones e tudo o mais que nos cerca.
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A partir dos anos oitenta, surgiu o cd e, atualmente, o vinil retornou triunfante
mostrando que o som analógico ainda é imbatível.
O mais
incrível é que, se pegarmos o princípio do cilindro de Thomas Edison, criado em
1877, percebemos que o conceito, hoje, continua exatamente o mesmo. O cilindro de Edison foi
o primeiro aparelho capaz de gravar e reproduzir sons.
O fonógrafo
foi anunciado por Edison em 21 de novembro de 1877 e teve sua primeira
demonstração pública em 29 de novembro do mesmo ano. O aparelho consistia em um
cilindro com sulcos, coberto por uma folha de estanho. Uma agulha era pressionada
contra este cilindro e ficava conectada a uma membrana circular, cujas
vibrações convertiam sons em impulsos mecânicos, acoplado a um grande bocal em
forma de cone. O cilindro era girado manualmente e, conforme inseríamos sons no cone,
por exemplo, uma voz falando, ao girarmos o cilindro ao contrário, podíamos escutar aquilo
que tínhamos gravado. Isso numa época, obviamente, em que nem energia elétrica existia.
Daí o surgimento do famoso selo da RCA, onde o cachorrinho de Edison ficou
espantado ao ouvir a voz do seu dono: His Master´s Voice. Aquela agulha,
acoplada a uma membrana, tinha uma semelhança muito grande com o que existe
hoje nos mais modernos toca discos. Isso a 139 anos!
Atualmente, para se produzir um disco de vinil, são necessárias várias etapas.
Primeiro, a música é gravada em um estúdio e armazenada analogicamente em fita,
ou digitalmente em um HD. Depois, na fábrica de vinis, uma máquina grava esse
conteúdo num disco de alumínio polido, revestido com uma laca, ou seja, com uma
resina. "Gravar", neste contexto, significa fazer ranhuras no material. As
ranhuras essencialmente, são ondas sonoras impressas. Pode parecer bizarro que
uma música inteira caiba em uma única onda, mas é isso mesmo. A partir de meados
dos anos cinqüenta, surgiu o estéreo, ou seja, a gravação possui duas ondas paralelas,
onde a agulha trilha e reproduz o som no meio destas duas ondas, criando os canais direito e
esquerdo.
O disco
de alumínio é banhado em prata e níquel, formando uma camada metálica. Essa
camada é o máster metálico, um molde para produzir os discos de vinil em escala
industrial. Ele é encaixado em uma maquina de grande potência de prensagem em
cima das "bolachas" de PVC.
Nos velhos tempos, os discos não possuíam um padrão. Levou algum tempo para que as
empresas definissem um formato que agradasse ao consumidor. Haviam várias
velocidades, indo de 76 rotações por minuto a 82, passando então para 78 rotações. As dimensões também variavam de 18 a 30cm de diâmetro. A inovação
definitiva veio com o surgimento do LP (Long Play) em 1948, produzido pela Columbia.
Os LPs eram feitos de vinil flexível e com as
velocidades definitivas de 33 1/3 e 45.
Hoje, estamos vivendo tudo isso novamente, graças a um conceito criado a 139
anos atrás!
Ótimas audições a todos! Aquele abraço! E até a próxima!
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