Número 318
Qual o Melhor?
Equipamentos e Cabos
Flavio Adami
flavioadema@uol.com.br
Dando
resposta ao título do texto, eu diria que não existe um melhor. Todos têm suas
vantagens e desvantagens.
© 2006-2016 Jorge Bruno Fritz Knirsch
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No início dos anos sessenta,
havia brigas homéricas entre Gilbert Briggs, da Wharfedale, e Edgar Vilchur, da AR.
Um defendendo o sistema bass reflex e, o outro, a
suspensão acústica.
Sem dúvida, o sistema que mais se popularizou foi o bass reflex que, até
os dias de hoje, praticamente domina o mercado de caixas acústicas, pela
eficiência e extensão dos graves. Em compensação, a qualidade dos graves que eu
escutava, nas AR 3a, eram de uma qualidade e precisão incríveis. Entretanto eram
ineficientes e as AR, por exemplo, tinham 85 dB de eficiência e impedância de 4
ohms. Exigiam demais dos amplificadores, que facilmente abriam o bico, numa época
onde os powers de alta corrente eram raros e as válvulas ainda reinavam
absolutas. Entretanto, casavam bem com os valvulados de baixo amortecimento, onde
aquele damping gostoso vinha basicamente da pressão do ar que o alto
falante produzia dentro do gabinete. Tinham a vantagem de não necessitarem de
magnéticos muito poderosos, porque o próprio ar é que fazia o efeito
amortecedor. O sistema bass reflex, ao contrário, exige magnéticos mais
poderosos, para terem um melhor controle do amortecimento, pois os alto
falantes trabalham mais soltos. As AR eram as legítimas suspensão acústica. A
gente empurrava o cone até o fundo e ele demorava quase 10 segundos para voltar
ao ponto de repouso.
Outro
projeto interessante é o sistema linha de transmissão, que não passa de um guia de
onda. Nesse sistema, o formato da onda desvia a fase proveniente da saída de som,
emitida pela parte posterior do alto falante, em aproximadamente 90 graus. Desta
forma, as freqüências próximas do ponto de ressonância
são reforçadas, o que proporciona uma extensão de graves incrível, em pequenos
gabinetes. Porém, o problema é que o alto falante trabalha solto, sem o
amortecimento do ar, causando um descontrole. Isto acontece principalmente com os discos de vinil, onde os cones ficam vibrando
descontroladamente em baixas freqüências, ou seja, ocorre o famoso rumble.
Mas, com o advento
do cd, alguns projetos retornaram ao mercado com grande sucesso.
Outro sistema, de muita qualidade, são as Magneplanar, as famosas caixas Magnepan.
Sistema isodinâmico, onde toda superfície irradiante transmite a mesma
quantidade de energia, daí o termo "isodinãmico" que significa "com a mesma
força". Trabalha com uma membrana, num sistema eletromagnético excitado por
imãs. Tem um som excelente, mas também tem problemas. Para se conseguir graves
com boa extensão, exige o uso de painéis de grandes dimensões. Tem também problemas de
posicionamento: pelo fato de emitirem som em ambos os lados, as caixas têm que ficar longe
da parede, para evitar o cancelamento dos graves. E também são de baixa eficiência.
Existe também os painéis eletrostáticos, fantásticos pela qualidade dos médios e
agudos. Utilizam uma membrana plástica flexível, tipo Mylar, coberta com uma
camada de substância condutora de eletricidade. São alimentadas por uma fonte
capaz de gerar alta tensão, tornando a sua superfície dotada de uma carga
elétrica estática elevada. Têm os mesmos problemas de ineficiência e
posicionamento das Magnepan, entretanto possuem uma qualidade sonora espetacular.
Um
exemplo são as Martin Logan, que trabalham no sistema híbrido, utilizando woofers
convencionais para os graves.
Como vocês podem ver, as opções são muitas. Se conseguirem escutar todas,
Parabéns !!!
Ótimas audições a todos! Aquele abraço! E até a próxima!
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