Número 316
O Elo Fundamental
Equipamentos e Cabos
Flavio Adami
flavioadema@uol.com.br
Nos
idos anos 60, quando eu ainda era um audiófilo em formação, duas marcas de
caixas acústicas reinavam no nosso mercado, praticamente absolutas, a JBL e a
Wharfedale.
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A JBL tinha por trás o genial James B. Lansing e
a Wharfedale contava com o não menos
genial Gilbert Briggs. Naquela época, essas duas marcas fabricavam caixas de
grande porte, considerando que os ambientes também tinham, em média, grandes
dimensões.
Dois
amigos meus possuíam equipamentos considerados high end para a época. Um
deles montou seu sistema com as caixas JBL e, o outro, com as caixas Wharfedale. Ambos os
sistemas soavam de forma esplêndida, mas me recordo que apresentavam uma assinatura
sônica completamente diferente. As JBL eram mais dinâmicas, velozes, com os
médios mais presentes; os agudos saiam dos famosos tweeters espremedor
de laranjas, e os graves eram profundos e firmes. As Wharfedale, por outro lado, tocavam mais suaves,
com médios um pouco mais recuados, ou seja, tinham um som mais redondo e, embora
não fossem tão dinâmicas, tocavam com muita musicalidade.
Ainda hoje,
encontramos diferentes características sônicas com relação aos projetos
ingleses, americanos, italianos, alemães, franceses, etc.
Eu
costumo dizer que o desenvolvimento de um equipamento é o ouvido de quem o
projetou. (Recomendo a leitura do artigo:
Você Ouve O Que Eu Não Ouço...). É fundamental, para que se tenha um bom equipamento, que as caixas
sejam os elementos mais importantes de um sistema de áudio. É necessário que
escutemos as várias opções do mercado, para que encontremos aquelas que casem
bem com nossos ouvidos. Existem falantes de graves, de médios e de agudos para todos
os gostos. Alto falantes médios de cerâmica, de polipropileno, compostos de
alumínio;
tweeters tipo soft dome de berílio, diamante, alumínio etc.
Um
exemplo, hoje, de tradição inglesa, são as caixas da Audio Note. Falantes de pura
polpa de papel e tweeters soft dome, bem à moda antiga, proporcionam um
som extremamente suave, com graves redondos, porém sem muita velocidade e
detalhamento. Após quase 50 anos escutando e testando uma infinidade de marcas,
cheguei à conclusão de que essas características ainda existem, dependendo do país
em que são fabricadas. O som das americanas, como a Wilson Audio, Magico, Revel,
Klipsch, a própria JBL Y&G e Paradigm, por exemplo, têm geralmente uma sonoridade
mais dinâmica, com médios mais presentes, ou seja, são mais abertas.
As inglesas tradicionais, como a Tannoy, KEF, Monitor Audio, B&W, e também a italiana Sonus
Faber e a francesa Focal JMlab, nos projetos atuais, são muito rápidas e
detalhistas, assim como as americanas, mas geralmente têm uma região média um pouco mais recuada,
proporcionando, na minha opinião, uma audição mais confortável. E isso é apenas uma
questão de gosto.
As caixas são o elemento mais importante de um sistema, pois têm a difícil
incumbência de transformar energia elétrica em música (energia sonora). E o tipo de alto falante
utilizado é responsável pelo timbre sonoro, que pode ou não agradar nossos
ouvidos.
Portanto, antes de optar por uma marca ou outra, escute várias opções, até
conseguir discernir aquilo que mais lhe agrade.
Ótimas audições a todos! Aquele abraço! E até a próxima!
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