Número 175
Mídia Gravada
Muito Além do que se Imagina...
2ª.Parte
Fernando
Marques
fernandomarques@audiobrazil.com.br
Produção Musical e Engenharia de Áudio
Nesses artigos, vamos abordar as grandes confusões feitas entre os
papéis desempenhados por um produtor musical e por um engenheiro de
áudio no trabalho musical. Muitos se esquecem, mas as duas
figuras são tão importantes no trabalho como os próprios
artistas. Em muitos lugares do mundo, onde temos uma grande
valorização desses profissionais, eles são também considerados
artistas e grandes responsáveis, juntamente com o músico, pelo
desempenho do trabalho final.
© 2010-2020 Jorge Bruno Fritz
Knirsch Todos os direitos reservados
http://www.byknirsch.com
Ferramentas Tecnológicas x Conhecimento e Talento.
Esclarecido os papeis desses profissionais, vamos entender melhor
porque o conhecimento e talento, tanto de um produtor musical,
como de um engenheiro de áudio, não são substituídos pelas
ferramentas tecnológicas encontradas nos dias atuais.
Muito tenho ouvido falar que o famoso “ Pro Tools “ resolve
tudo, que o Auto Tuner e o Melodine fazem o artista cantar sem
precisar ter talento e, da forma que falam, parece que não se
precisa de nenhum conhecimento e sensibilidade musical para se
usar essas ferramentas. Deixo claro que é um erro enorme, por
parte dos leigos, pensar assim, mas o que é bem pior é o próprio
artista pensar dessa forma. Primeiramente, software não faz o som
ficar melhor. Há uma questão muito mal esclarecida quanto ao uso
do
software em uma produção. Na verdade, uma
falsa idéia tem sido passada de que determinado software resolve os problemas
encontrados. Obviamente, cada software possui uma particularidade
sonora, devido aos seus algoritmos diferentes, nos quais dá uma
ligeira diferença entre eles, mas nada que um possa ser
considerado melhor que o outro. Essa diferença de qualidade
digital só se faz com os hardwares, ou seja, a diferença do
sistema de hardware e não de software. Além de que, voltamos ao
velho dilema do analógico, no qual em produções profissionais se
faz muito presente aliado com o digital, porém nada se resolve
se não houver conhecimento envolvido no processo. A maior prova
disso é colocar um produtor e um engenheiro de som gabaritados
em uma pequena estrutura e perceber o resultado obtido. A
analogia que pode ser feita é como a de um piloto medíocre de
formula 1, no qual possui o melhor carro, mas não os melhores
resultados, e um grande piloto com um carro inferior que
consegue bons resultados com a máquina que tem.
A Importância dos Primeiros Passos do Projeto.
A primeira preocupação antes mesmo de gravar é como essa música
e esse som soa na mão dos músicos e como ele se projeta no meio
em que soa, portanto um bom profissional se preocupa
primeiramente com a qualidade da fonte sonora e com o som soando
no meio ( acústica ) , e como os problemas ocasionados podem
ser corrigidos ou usados a favor do resultado da obra, através
das ferramentas disponíveis para a melhor captação. Muito da
sensibilidade, talento e conhecimento desses profissionais
entram nesse processo inicial, a partir daí pode-se ter um
melhor esboço de como pode ser conduzido o trabalho. O começo
determina muito de como será o final do projeto, aliás os
cuidados devem ser tomados em todas as etapas da produção, mas
começar errado é já arruinar o trabalho todo, e a cada etapa
avançada os problemas iniciais tornam-se de magnitude cada vez
maior, inviabilizando o projeto quando se chega ao final, por
isso devemos fugir de problemas logo na fonte.
O Desenvolvimento e Finalização do Processo.
Resumidamente podemos dizer que a partir de um bom começo temos
uma projeção de como soará o produto final, no processo de
mixagem podemos manipular de forma técnica e artística o que já
está bem direcionado, e usar conscientemente as ferramentas para
trabalhar a mixagem e faze-la soar com uma sonoridade
artisticamente agradável, quanto maior o cuidado inicial, menor
a limitação no trabalho de mixagem, já que podemos ousar mais,
colocando os elementos em planos sônicos diferentes, formando um
melhor palco sonoro, fazendo assim o ouvinte definitivamente
entrar na música.
O processo de finalização se dá com a masterização, onde
determinamos o padrão comercial das faixas, aliás é possível
elaborarmos uma masterização artística, respeitando a dinâmica
de cada música, porém criando uma textura homogênea entre elas.
Fernando
Marques é um dos proprietários e professores de Áudio e Produção
Musical na Audiobrazil
Conheça os cursos
do Audiobrazil: http://cursodeaudio.audiobrazil.com.br/
Até a próxima! Um abraço a todos!
|