Número 324
A Verdadeira Referência
Equipamentos e Cabos
Flavio Adami
flavioadema@uol.com.br
As vezes, fico pensando qual a razão do ressurgimento tão expressivo do vinil
nos dias de hoje. Muitos dizem que é uma mistura de qualidade sonora com
saudosismo. Outros dizem que a qualidade sonora é incontestável, talvez por isso
a razão dessa volta triunfante.
© 2006-2016 Jorge Bruno Fritz Knirsch
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Alguns nem se atrevem a retornar ao vinil, pelo simples
fato de que o cd é mais prático e as modernas mídias, como os servidores de
música, possuem uma praticidade incontestável.
Como eu já havia dito, os processos de gravação digital realmente evoluíram
muito e hoje possuem uma qualidade de áudio excelente.
Os cds, no início, eram horríveis. Começamos com os conversores 16 bit linear.
Depois 16/4, 16/8 e assim por diante. Depois, vieram os bitstream, que tinham um som
gostoso e macio, porém eram carentes de detalhamento e resolução. Hoje, temos os
24 bits 192 kHz, 24 bits 384 kHz e assim por diante.
Eu e o Jorge Knirsch fizemos várias experiências, ao longo desses anos, no seu
laboratório de audição crítica, e chegamos à conclusão que o vinil voltou
simplesmente porque é melhor. A minha conclusão e opinião particular é que, nos
dias de hoje, ainda os projetistas estão tentando algum milagre para o cd, só que esse
milagre ainda não veio e nem sei se virá.
Posso citar alguns exemplos, partindo de um simples Pionner DV 578A-S, com seus
15 anos, com conversor 24/192, fazendo milagres com um custo de US$ 150. Outro,
que passou no teste, foi o Creek CD 50, excelente para os seus US$ 1500.
Testamos também o Roksan Caspian M2, excelente, por US$ 1600. Outro excelente, por
bom custo/benefício, é o Sony XA5400ES, por US$ 1500, e o não menos excelente Unison
Research por US$ 1800.
Subindo na escala de valores, temos o Moon 650 D e o 750 D, por U$ 7000 e US$ 9500 respectivamente. O impressionante Yamaha CD-S3000 por US$ 7000 e o Audio
Research CD-8 e Ayre DX 5, por US$ 10.000 cada. Outro excelente, que ouvimos por longo
tempo, foi o Accustic Arts CD Player I MK 3, em torno de US$ 8000.
Apesar de termos ouvido essa relação de cd players, todos excelentes, dentro de
suas faixas de preço, chegamos à conclusão que a coisa ainda está longe em
relação ao vinil.
Tomemos como exemplo o cd da Jennifer Warnes, The Famous Blue Raincoat,
que foi publicado no
Audiophile News 321. Uma gravação excelente, porém
quando escutamos o vinil, num Rega RP-3, com cápsula Ortofon Quintet Black, e um
pré de phono Thorens MM-008, que nem considero um set up tão caro, essa gravação
em vinil 45 rpm deu um banho em toda relação de cd-players.
Como vocês podem ter notado, o vinil não voltou por saudosismo algum. Voltou porque tem uma qualidade de áudio insuperável, que as mídias digitais ainda não
conseguiram alcançar.
Ótimas audições a todos! Aquele abraço! E até a próxima!
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